quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Don't be fooled by your emptiness;


there's so much more room for happiness.

domingo, 3 de abril de 2011

A Estante


Emburrada, ela sentou no tapete verde que sua mãe havia comprado na viagem para a Turquia e começou a examinar os livros espalhados pelo chão. A estante estava vazia. Não entendia o porque fez aquilo, derrubar os livros das prateleiras com tanta ira. Tomada por vertigens e labirintos e uma imensa culpa por ter jogado no lago os brincos preferidos de sua mãe, ela perde a cabeça e como um furacão, atinge o alvo imutável de seu doce lar. 'Estante inútil! Ninguém toca nesses livros mesmo, eu aposto que eles nunca foram lidos por ninguém desta casa, estão aqui ocupando espaço e servindo como amostra, status'. Seu pedido de aniversário fora negado pelos pais, um cachorro, animais dão trabalho, são barulhentos, sujam a casa, e fariam xixi no lindo tapete turco onde estava sentada no momento. 'Não posso ter um animal, mas essa estante ridícula lotada de livros nunca tocados...', não concluiu seu pensamento, achava que não valia a pena tal esforço mental, ainda tinha que recolher todos aqueles livros no chão antes que a visita chegasse em casa para o chá. 'Nunca gostei de chá'. Era sempre aos sábados que sua mãe reunia as amigas para tomar chá com biscoitos deliciosos e caros, e conversar sobre futilidades de uma sociedade hipócrita e cheia de máscaras. 'Odeio essas reuniões, a única vantagem disso é que fico sempre em segundo plano, minha mãe sempre atordoada em executar um serviço impecável para causar inveja e escutar elogios sob a mesa bem posta e os deliciosos biscoitos suíços raros de serem encontrados nesta cidade'. Faltavam apenas alguns livros. Ela pensou em jogá-los no lago assim como fez com os brincos, mas novamente achou que não valeria a pena. Botou o último livro na prateleira. 'Pronto'. Saiu da sala, observou por uns cinco segundos sua mãe de avental organizando a mesa da varanda , deu um suspiro e subiu as escadas com destino ao seu quarto.

Paula B.

domingo, 28 de novembro de 2010

One day...


...maybe we'll meet again.
I don't want to forget, I will never forget.
And one day, maybe we'll meet again...

sábado, 11 de setembro de 2010

Minha ideia


Tenho uma ideia...

...pegue o carro e vamos pra estrada, não tem problema em deixar algumas coisas pra trás, até porque quando estou com você eu acabo nem lembrando que elas existem. Podemos seguir em frente e só depois viramos a direita. Prefere a praia ou o campo? Tanto faz, vamos seguindo e ver aonde vai dar; então continuamos, e daí nós cansamos. Melhor pararmos um pouco, e a gente descansa. O sol tá quase indo embora. E se esperarmos até a primeira estrela aparecer? Será maravilhoso ficar olhando o céu com você, estacionamos o carro no acostamento, deitamos no capô e nos perdemos em conversas até sermos distraídos e atraídos pelo brilho das estrelas. Naquele momento você se lembra de que queria ser astronauta quando era menino, que compraria uma casa na lua e teria um extraterrestre de estimação, apenas imaginações de criança, onde tudo é possível e fácil. Te pergunto se acredita que o homem pisou na lua, você responde que sim e que um dia vamos fugir desse mundo e me concederá uma dança sob o anel de saturno. Começamos a dançar. Alguns carros que ainda passam pela estrada devem pensar que somos loucos, mas a única coisa que importa é a sua capacidade imensa de me fazer rir e querer seguir em frente. Melhor voltarmos pro carro e seguir viagem, ainda falta muita estrada pra chegar em nosso destino indeterminado. Colocamos músicas, e você me ensina a cantar as que eu não sei, umas até parecem ter sido feitas pra nós dois, e quando uma delas toca, adoro a cara que você me olha e diz 'essa é pra gente'. Então eu me ajeito no banco do carro, sonolenta, abro e fecho os olhos, quase dormindo, mas ainda consigo ver você olhando pra mim com um sorriso no rosto, olha pra estrada e pra mim, pra estrada e pra mim outra vez, então adormeço. E depois de horas e horas, acordo com um beijo seu. Parados sob uma uma estrada de terra, você me convida pra assistir o nascer do sol...


Paula B.

domingo, 4 de julho de 2010

Ladybug Project


É a filosofia que eu mais gosto de acreditar, e me dei conta só agora que eu devo realmente seguí-la...
'...costumava ir pro campo procurar joaninhas, cansei e adormeci; quando acordei, estava coberta por várias delas'.

Eu vou é cuidar da minha vida, de minhas coisas, e o resto será consequência, as coisas aparecerão no tempo que tiverem que aparecer.

Paula B.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Sentimento sem nome


Saudades daquele sentimento que nos aquece por dentro, daquilo que julgamos ser bom porém complicado. E ao fechar os olhos, é a primeira coisa a se manifestar gerando muitas vezes um sorriso acompanhado de suspiros. É algo confuso, meio inexplicável, e nos torna patéticos aos olhos alheios, ficamos meio abobados, alguns atordoados, e outros tornam-se loucos, daqueles que comentem insanidades. Sentimento sem nome, não sei o que é, é bom, sim; mas ao mesmo tempo é ruim...é tão bom que torna-se surreal, ou então, tão ruim que acaba sendo quase bom.
Ah! Isso é paradoxal, é ilegal, e na maioria das vezes faz mal, sentimento raro pra quem sabe sentí-lo verdadeiramente. Seria isso amor? Não, não pode ser, o amor foi banalizado, perdeu significado, nomear tal sentimento 'amor' seria bem arriscado. Saudades eu tenho desse tal sentimento. Sinta isso e não terá mais problemas! Ou melhor, sinta isso e não enxergará mais problemas. É algo que converte os erros em acertos, nos torna corajosos, e nos faz sonhar alto, tão alto que nos torna deslumbrados. Algo que dá sede de viver e continuar vivendo essa loucura, loucura que vira doçura, algo tão doce que até o mel perde o gosto. É como poder voar, ou flutuar, mandar e desmandar, fazer ou não fazer, e então queremos abraçar o mundo, pois tudo torna-se possível.
Sentimento maluco, tão irreal que deve ser ilusão, mas é algo que faz acelerar o coração e perder a respiração. Tenho saudades de tal sentimento, não se encontra em qualquer esquina, ou em lugares ocultos, ele aparece sem avisar, não adianta procurar, sentimento sem nome que me faz esquecer da realidade e do resto do mundo, sentimento que me faz contar cada segundo para sentí-lo outra vez.

Paula B.